ALICE COLTRANE WITH STRINGS – WORLD GALAXY

Apoiada por Reggie Workman, que muito soou junto a seu mítico marido, e um naipe de cordas, a rainha Alice Coltrane revisita duas peças fundamentais em John, A Love Supreme e My Favorite Things, além de cravar trilogia própria dedicada à galáxia.

ARRESTED DEVELOPMENT ‎– ZINGALAMADUNI

Segundo e subestimado álbum do grupo de rap paz & amor que abriu muitas portas dantes fechadas ao hip hop no começo dos anos 1990. Mais raiz que o anterior, ressalta a abordagem afro-centrista que segue em voga até hoje, influenciando gente que nem sabe quem eles são.

DON CHERRY – MU FIRST PART

Um dos trompetistas mais estilosos da história, o pai de criação da Neneh Cherry está no auge aqui, acompanhado pelo ritmista Ed Blackwell, parceiro dos dias em que tocavam com o santo Ornette Coleman. Prensagem fiel ao clássico design original da gravadora francesa Actuel.

ERIC BURDON ‎– DECLARES “WAR”

Esse é malandro… desde quando fez sucesso à frente dos Animals cantando Nina Simone. Outra proeza é esse disco, em que se reinventa e apresenta ao mundo a banda mais funky de L.A., que depois nos daria belos clássicos do soul de rua, como Cisco Kid, Lowrider e tantos outros.

ICE-T ‎– POWER

Hoje em dia, o pessoal conhece ele como ator do Law & Order, mas Ice-T é muito mais: arquiteto original do gangsta rap, e um dos maiores inimigos da América Branca durante a Era do Bush Pai. A contracapa desse, que é seu segundo disco, diz mais do que qualquer coisa que eu possa escrever aqui.

RAY BARRETTO – INDESTRUCTIBLE

Congueiro filho de Obatalá, Orixá presente tanto no candomblé brasileiro como na santeria de sua terra natal, Barretto é um verdadeiro totem do que chamam de salsa, de afro cuban, ou latin soul…  Impossível ficar alheio ao ritmo dele e seus companheiros da gravadora Fania.

SUN RA & HIS SOLAR ARKESTRA – ON JUPITER

Taí um disco que eu de fato comprei na Peekaboo! Sou suspeito pra falar de Sun Ra, de tanto que amo a música, as ideias e o visual da Arkestra. Mas é a pura verdade, se trata de um dos maiores gênios que já pisou nesse planeta, precursor do que hoje chamam de afrofuturismo.

THE NEVILLE BROTHERS ‎– FIYO ON THE BAYOU

New Orleans é um genuíno santuário voodoo, o fundamento da porra toda. Musicalmente, poucos lugares no mundo se equiparam em importância e longevidade. Dito isso, basta acrescentar que os irmãos Neville simplesmente mandam na cidade há décadas.

THE TEMPTATIONS ‎–  HOUSE PARTY

Pra começo de conversa, qualquer formação dos Temptations, por menos estelar que seja, transita em terreno sagrado. É recanto de realeza. Nesse disco pouco conhecido, material produzido pelos irmãos Dozier da Philadelphia, e o guitarrista Steve Cropper, peso pesado da Stax Records.

TONY & FRANKYE

Só pela versão descarada de Thank You, do Sly Stone, que abre o disco sob o título de Vou Procurar O Meu Lugar, já valeria o investimento. Mas tem a balada Que Eu Acabei Com Nosso Amor, Broken Heart, famosa na voz de Tim Maia, e mais. Ponto pra Groovie Records pela pesquisa e lançamento.

ZÉ EDUARDO NAZARIO – POEMA DA GOTA SERENA

Integrante do influente Grupo Um na São Paulo da década de 1970, parceiro de Hermeto Paschoal e Egberto Gismonti, Zé Eduardo, assim como seu irmão Lelo, é mais um dos grandes artistas brasileiros cujo valor é mais reconhecido na Europa do que em casa.

ZELIA BARBOSA ‎– BRÉSIL (SERTÃO & FAVELAS)

Grande disco de MPB lançado originalmente na França, em 1968, pela cantora e também atriz pernambucana, falecida em 2017. Reeditado nos Estados Unidos, teve sua capa alterada e foi intitulado Brazil: Songs Of Protest. Emoção garantida ou seu dinheiro de volta.